Pesquisa: população apoia redução da mai

Data publicação 09/06/2014

 

Pesquisa: população apoia redução da maior idade penal e prisão perpétua

Maioria da população do Rio apóia prisão perpétua e condena benefícios para presos

Maioria da população do Rio apoia prisão perpétua e condena benefícios para presos

Estão bem vivos na memória dos brasileiros crimes hediondos cometidos por menores de idade. A morte do menino João Hélio, o estupro de uma turista americana dentro de uma van, no Rio de Janeiro, a dentista queimada viva no consultório e o assassinato de um casal de namorados num acampamento, em São Paulo, tiveram a participação de criminosos com menos de 18 anos.

Abaixo, assista ao vídeo em que o senador Magno Malta dá sua posição sobre a redução da maior idade penal.

Leia também: Pr. Silas ouve detalhes sobre a redução da maioridade penal

Na sexta-feira (6), um adolescente de 16 anos foi preso ao tentar assaltar ônibus, na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, em que 20 pessoas foram feitas reféns. Pelo desejo da maioria da população do Rio, a idade penal mínima para colocá-los atrás das grades cairia para 16 anos.

Pesquisa encomendada pelo jornal ‘O Dia’ , ao Instituto Gerp, com 870 pessoas, entre os dias 23 e 29 de maio, revelou que 88% aprovam a redução da maioridade penal. Na Baixada Fluminense, o índice chega a 95%. A crueldade com que esses crimes foram praticados leva muitos a defender, inclusive, prisão perpétua. A pena vitalícia tem o apoio de 68% da população. A maioria, porém, 56%, condena a prisão de assaltantes por conta própria.

Favoráveis e contrários

O presidente da ONG Rio de Paz, o pastor e teólogo Antônio Carlos Costa, já foi assaltado por um grupo de adolescentes em Niterói. Mesmo assim é contra a mudança no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Na avaliação dele, em vez de prevenir a violência, tratando suas causas, a sociedade se preocupa só com as consequências.

Na sua opinião, a redução da maioridade penal, em tramitação no Congresso, só tende a agravar o sistema prisional brasileiro e seus 574 mil detentos. Em 1990, eram 90 mil presos. De 1992 a 2013, a população carcerária no país aumentou 403,5%, enquanto o número de habitantes cresceu 36%. A solução, na opinião do religioso, é erguer mais escolas do que presídios.

“O governo federal está protegendo a bandidagem. Quem tem coragem de defender uma posição contra a redução da maioridade penal está na contra mão”, disse Magno Malta na tribuna do Senado. (Confira o vídeo abaixo).

Para o senador é preciso acabar com as instituições para menores, o que chamou de esgotos humanos.

“Quero uma nova estrutura arquitetônica, prédios modernos equipados com praças esportivas e com total controle de militares formados em educação física dando oportunidade aos jovens através do esporte. A família tem uma grande participação nesta nova geração de campeões que erraram, mas querem dias melhores”, afirmou o senador.

Sentimento de desamparo

Especialistas em comportamento humano acreditam que os números da pesquisa são uma forma de desabafo diante das injustiças sociais. “É a explosão da raiva. As pessoas estão psicologicamente massacradas com tanta violência e se sentindo desamparadas”, analisa o psicanalista Carlos Mario. Na visão dele, existe uma mal-estar coletivo e ânimo inflamado na sociedade. “A sociedade está gritando por justiça. É saudável numa democracia. Em geral, as pessoas são justas nos seus atos. Querem que haja reciprocidade em todos os níveis”, ressalta.

De acordo com a pesquisa, apenas 13% aprovam que se reaja a roubos, prendendo o assaltante por conta própria. A aprovação é maior entre jovens de 16 e 17 anos, com renda familiar acima de 10 salários-mínimos. A fatia que é contra que os presos perigosos continuem ganhando o benefício de ir para casa e voltar à prisão depois de cumprir parte da pena chega a 78%.

“A violência faz parte da natureza humana. Mas permitir que se faça justiça com as próprias mãos é voltar à barbárie”, constata o psicanalista. Do total, 35% acreditam que a segurança melhorou após as instalações de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), enquanto 27% dizem ter piorado.

De acordo com os entrevistados, os principais problemas que ameaçam a pacificação são: mau comportamento da Polícia (25%), falta de serviços públicos, como saúde e educação nas comunidades (21%) e o consumo de drogas (14%).

Assista ao posicionamento do senador Magno Malta e deixe o seu comentário no Verdade Gospel.

Fonte: O Dia