Tudo posso naquele que me fortalece. (Filipenses 4:13)

Notícias

INSS tem cerca de 130 mil denúncias de descontos indevidos em benefícios

Segurados afirmam que têm valores descontados em aposentadorias e pensões por entidades associadas ao Instituto sem autorização prévia. Presidente do INSS afirma que nova normativa, que institui biometria para autorizar filiações, deve reduzir número de irregularidades nos próximos meses. INSS tem mais de 130 mil reclamações por desconto indevido O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) possui cerca de 130 mil denúncias de descontos não autorizados em benefícios como pensões e aposentadorias. Esse número representa 2% do total de vínculos associativos entre beneficiários e entidades vinculadas ao instituto ? cerca de 6,5 milhões em todo o Brasil. Atualmente, existem 29 entidades conveniadas ao INSS, como sindicatos e associações voltadas a aposentados ? e o Instituto pode compartilhar informações de segurados para que essas entidades possam oferecer seus serviços. Caso o beneficiário aceite, ele se torna um associado e começa a pagar uma mensalidade para a entidade ? que é descontada diretamente do benefício. Entretanto, segurados alegam que valores estão sendo descontados sem autorização, ou seja, sem que os beneficiários tenham aceitado se tornar associados dessas entidades. Muitos afirmam que nunca sequer foram contatados por essas associações. Nas últimas semanas, houve um aumento no número de reclamações relacionadas à Amar Brasil Prime Clube (ABCB), um clube de benefícios voltado para pessoas da terceira idade associado ao INSS. As denúncias foram registradas em diferentes regiões do país. Esse foi o caso do aposentado Wellyngton Zanini, que vive Bragança Paulista-SP. Todo mês, ele tem o hábito de conferir pelo aplicativo ?Meu INSS? os valores recebidos. Neste mês, no entanto, ele verificou um desconto de R$ 77,86 em nome da ABCB. "Eu verifiquei que tinha entrado esse desconto indevido sem minha prévia autorização", conta. "Sinal que meus dados eu não posso confiar com o INSS porque eles foram vazados na praça", afirmou o aposentado, reiterando que já não sabe mais que outras entidades podem ter seus dados e se há alguma outra situação em que ele possa sair prejudicado. Dados do Procon-SP apontam que, nos três primeiros meses deste ano, o número de denúncias contra a ABCB dobrou em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo um levantamento do site Reclame Aqui, a quantidade de reclamações de descontos indevidos feitos por essa associação nesses primeiros meses de 2024 já equivale ao total observado no ano passado inteiro. E mais da metade dessas reclamações foram feitas em março. De acordo com o INSS, a Amar Brasil Prime Clube teve um salto no número de associados. Passou de cerca de 140 mil em fevereiro para quase 230 mil em março, um aumento de 64,3% no período. Ou seja, em apenas um mês, foram registrados 90 mil novos associados. O INSS afirma que é comum que algumas associações registrem aumentos expressivos no número de associados em alguns meses, mas que o número é alto e será investigado. A Amar Brasil Prime Clube afirma, por meio de nota, que adota mecanismos de segurança para garantir clareza no momento da adesão e que as denúncias recebidas não procedem. Também diz que, em eventual caso de reclamação, o associado pode entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e solicitar o cancelamento imediato da filiação. A orientação do INSS para quem teve algum desconto não autorizado é pedir o bloqueio por meio do aplicativo 'Meu INSS' ou ligando na Central 135. O INSS também informa que essas entidades são notificadas e obrigadas a fazer a devolução dos valores diretamente aos beneficiários. Espera por perícia do INSS no Nordeste é 5 vezes maior que no Rio; tempo médio em todo o país registra queda Instituição de biometria deve reduzir denúncias, diz INSS Para que os descontos com associações vinculadas ao INSS sejam permitidos, é necessário que os segurados assinem uma ficha de filiação com essas entidades. Entretanto, o INSS só faz verificações periódicas e por amostragem dessas autorizações, ou seja, nem todos os 6,5 milhões de vínculos associativos existentes são checados. Segundo especialistas em direito previdenciário, isso abre brecha para eventuais fraudes de documentos. Para mudar esse cenário, o Instituto publicou, há alguns dias, uma nova normativa que prevê que só serão aceitos vínculos associativos em que os segurados tenham feito essa autorização por meio de biometria. O objetivo é aumentar a segurança no processo. As associações têm 180 dias para se adaptar, o que significa que a medida passará a valer em meados de setembro deste ano. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, afirma que enquanto o sistema ainda não muda, o Instituto seguirá apurando denúncias de irregularidades em descontos. "A gente abre um procedimento apuratório e, se ficar comprovado que teve algum desvio de finalidade do desconto, a gente caça [a associação] e rescinde o contrato. Isso já aconteceu no passado recente com algumas associações, mas como eu disse, isso vai acabar. Com a biometria, se Deus quiser, isso não vai mais acontecer", afirma o presidente do INSS.

B3 prevê lançar contrato futuro de bitcoin em abril


Segundo a bolsa de valores brasileira, o produto vai funcionar de maneira similar aos contratos futuros convencionais, permitindo aos investidores negociar a variação de preço da criptomoeda em um ambiente regulado e com liquidez diária. Bitcoin Divulgação A B3 informou nesta quinta-feira (28) que espera disponibilizar o contrato futuro de bitcoin no mercado em 17 de abril, depois que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou o lançamento do produto pela operadora da bolsa. "A confirmação da data de lançamento está sujeita à aprovação, pela CVM, de um manual operacional da B3 com regras relacionadas ao contrato", afirmou a B3 em nota. A empresa disse que o produto funcionará de maneira similar aos contratos futuros convencionais, permitindo aos investidores negociar a variação de preço da criptomoeda em um ambiente regulado e com liquidez diária. A B3 já oferece 14 ETFs e BDRs de ETFs relacionados ao mercado de criptomoedas e visa ampliar sua atuação no setor com o lançamento do futuro de bitcoin. ? PODCAST: Saiba tudo sobre os ETFs "Esse lançamento atende uma demanda por um produto derivativo que permite a proteção da oscilação de preços do bitcoin ou a exposição direcional ao ativo, mantendo a segurança de operar no ambiente da bolsa do Brasil", disse o superintendente de Produtos de Juros e Moedas da B3, Felipe Gonçalves, em nota. O contrato futuro de bitcoin utilizará o índice Nasdaq Bitcoin Reference Price como referência e terá um valor equivalente a 0,1 bitcoin, ou 10% do valor da criptomoeda em reais, com vencimento mensal. A liquidação será exclusivamente financeira, não envolvendo a compra e venda de criptomoedas, e os resultados financeiros serão baseados na variação de preço do bitcoin. No lançamento, o contrato futuro de bitcoin contará em um primeiro momento com formadores de mercado para auxiliar na liquidez e formação de preços do produto. Investidores de varejo precisarão depositar na corretora um valor mínimo de R$ 100 por contrato para negociar o futuro de bitcoin, que terá vencimento sempre na última sexta-feira do mês, segundo a B3. Taxa Selic: entenda o que é a taxa básica de juros da economia brasileira

Daniel Kahneman, vencedor do Nobel de Economia, morre aos 90 anos


Formado em psicologia, professor foi pioneiro em estudos sobre economia comportamental. Ex-presidente dos EUA, Barack Obama, entrega a Medalha Presidencial da Liberdade a Daniel Kahneman durante uma cerimônia na Casa Branca em novembro de 2013. Mandel NGAN/AFP Daniel Kahneman, vencedor do Prêmio Nobel em Ciências Econômicas, morreu nesta quarta-feira (27), aos 90 anos. A morte do professor foi confirmada por sua parceira, Barbara Tversky, ao jornal norte-americano The New York Times. Ela não informou a causa nem o local. Formado em psicologia, Kahneman foi por muito tempo associado à Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Ele é considerado "pai" da economia comportamental por seus trabalhos no ramo ? que lhe garantiram, inclusive, o Nobel em 2002, mesmo sem nunca ter cursado economia. Kahneman, que é nascido em Tel Aviv, em Israel, foi premiado por ter integrado fatores da pesquisa psicológica à ciência econômica, especialmente em relação à tomada de decisões em cenários de incerteza. Em síntese, o trabalho de Kahneman questionou o fato de a racionalidade ser condutora das tomadas de decisões. Ele tratou, entre outros pontos, da lógica por trás de comportamentos: seja nas decisões para economizar dinheiro ou até nas escolhas sobre vender ou não ações no mercado financeiro. A escola comportamental ? base do trabalho de Kahneman ? se sustenta, principalmente, em expor vieses mentais inatos que podem distorcer o julgamento, muitas vezes com resultados contraintuitivos, conforme destacou o jornal The New York Times. Trata-se de uma abordagem diferente da economia tradicional, que assume que os seres humanos geralmente agem de maneira totalmente racional. Kahneman, que também é autor do livro "Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar", popularizou, portanto, um modelo de tomada de decisões em que situações de escassez levam a julgamentos apressados ? e eventualmente a más decisões. O psicólogo Steven Pinker, professor da Universidade de Harvard, disse em 2014 ao jornal britânico The Guardian que a mensagem central de Kahneman "não poderia ser mais importante". "Ou seja, que a razão humana, deixada à sua própria sorte, está sujeita a se envolver em uma série de falácias e erros sistemáticos. Por isso, se queremos tomar melhores decisões nas nossas vidas pessoais e como sociedade, devemos estar conscientes destes preconceitos e procurar soluções alternativas. Essa é uma descoberta poderosa e importante.? Os trabalhos de Kahneman, feitos em grande parte na década de 1970, levaram a uma reavaliação de questões diversas como negligência médica e negociações políticas internacionais. As análises do Nobel de Economia foram feitas principalmente em colaboração com Amos Tversky, um psicólogo cognitivo da Universidade de Stanford que fez um trabalho inovador sobre julgamento humano e tomada de decisões. Nobel de Economia 2023 vai para Claudia Goldin

Decisão da Aneel que congela tarifas de energia no Amapá gera insegurança, diz diretor da agência


Agência aguarda publicação de medida provisória pelo governo Lula para resolver problema do aumento na conta de luz no estado. Aneel decide que não haverá aumento na conta de luz dos consumidores do Amapá O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou nesta quinta-feira (28) que a decisão do colegiado da agência de congelar as tarifas de energia do Amapá gera insegurança jurídica para o setor. Na terça-feira (26), a diretoria da Aneel decidiu congelar as tarifas de energia do Amapá e esperar a publicação de uma medida provisória pelo governo federal para reduzir o reajuste previsto de 34%. "A decisão que foi tomada traz insegurança regulatória? Claro que fui vencido no julgamento, juntamente com a diretora Agnes [Costa]. Mas eu afirmo que sim, traz insegurança regulatória, traz insegurança insegurança jurídica. Ela não é a melhor decisão, na minha ótica. É claro, mais uma vez, a decisão foi tomada por maioria e faremos todos os esforços possíveis para fazer cumpri-la", declarou. Para o diretor-geral da Aneel, a publicação da medida provisória pelo governo pode solucionar a insegurança criada pela decisão da agência. "Após a decisão, fui procurado por diversos presidentes de empresa e diversos investidores preocupados com o encaminhamento dessa decisão, o que mais uma vez acredito e confio que a decisão legislativa irá corrigir essa assimetria regulatória", declarou. Sandoval de Araújo Feitosa Neto, diretor da Aneel, durante reunião em comissão do Senado Roque de Sá/Agência Senado Consulta pública No ano passado, a Aneel chegou a colocar em consulta pública uma proposta de reajuste médio de 44% na energia do Amapá -- aumento que levaria o estado ao topo da lista das maiores tarifas do país. Depois da consulta, o valor médio caiu. Agora, com a decisão da agência, o reajuste é de 0%. No entanto, a concessionária de energia do estado, a Equatorial, está arcando com custos que não estão mais sendo refletidos pelas tarifas. Segundo a empresa, as despesas somam R$ 104 milhões no período de mais de três meses em que o reajuste vinha sendo adiado, desde dezembro de 2023. Com a decisão da Aneel, as despesas vão ser reconhecidas no próximo reajuste, em dezembro de 2024. A agência conta com a publicação de uma medida provisória, que vem sendo anunciada pelo governo federal desde pelo menos novembro de 2023. O rascunho da medida foi concluído, mas ainda aguarda publicação no Diário Oficial da União. Segundo o texto ao qual o g1 teve acesso, o governo pretende usar recursos dos fundos regionais criados com a privatização da Eletrobras. Também deve antecipar depósitos da empresa na conta de subsídios, para reduzir o seu impacto nas tarifas. O efeito esperado é uma redução de 3,5% na conta de luz em 2024. "Eu acredito na palavra do ministro Alexandre Silveira [Minas e Energia], acredito na palavra do presidente da República, que a situação do Amapá terá que ser resolvida por meio de uma medida legislativa", afirmou Feitosa.

Juros, surpresa com EUA e intervenções: o que explica a saída de dinheiro estrangeiro da bolsa brasileira


Investidores internacionais tiraram mais de R$ 20 bilhões de ações listadas na B3, a bolsa de valores brasileira. Bolsa perde mais de R$ 22 bilhões de capital em 2024 Os investidores estrangeiros tiraram mais de R$ 20 bilhões da bolsa brasileira neste primeiro trimestre, mostram os dados da B3. Trata-se de uma virada de humor dos estrangeiros com o país, logo depois de uma série de fechamentos em pontuação recorde no ano passado. Analistas ouvidos pelo g1 atribuem a situação majoritariamente a fatores externos, mas com um bom ?tempero? de problemas nacionais. São três questões principais: Sempre depois de um momento de alta, vêm os períodos de realizações de lucro de investidores e ajuste de posições; Houve uma reavaliação da situação econômica e do patamar de juros nos Estados Unidos, que deslocou recursos para lá; O quadro fiscal brasileiro e as intervenções do governo federal em empresas de peso no índice de ações trouxeram prejuízo extra ao país. Para entender, é preciso voltar um pouco no tempo. No fim do ano, a economia global sinalizava para um momento de arrefecimento da inflação e possibilidade de corte de juros mais cedo em economias desenvolvidas. Nos EUA, havia expectativa de que o Federal Reserve (Fed) começasse a reduzir os juros americanos em março. A mensagem para investidores era a de que as Treasuries americanas, títulos de renda fixa mais seguros do mundo, logo passariam a pagar menos. Na Europa, a inflação dava sinais de alívio, e o Banco Central Europeu (BCE) passou também a considerar o início dos cortes de juros. No mercado financeiro, tudo se antecipa. E ambos os fatos beneficiam as bolsas porque, com juros menores, é preciso tomar mais risco para que os investidores garantam uma boa rentabilidade. Assim, países emergentes voltam a ser considerados, pois suas empresas mais rentáveis podem garantir um bom dinheiro. E o alívio do cenário externo somou-se a bons indicadores brasileiros. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro veio acima do esperado, a inflação de serviços mostrava desaceleração e o país já estava em meio a um ciclo de corte da taxa básica de juros desde agosto. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, passou por uma arrancada no fim de 2023. De volta aos dados de investimentos estrangeiros, entraram quase R$ 40 bilhões nos últimos dois meses do ano. Só no mês de dezembro, o Ibovespa acumulou ganhos de mais de 5% e bateu sucessivos recordes de pontuação. Terminou o ano com ganho de mais de 22%. Na virada para 2024, quase todos esses fatores mudaram. Bolsa de valores de SP nesta segunda-feira (2). BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO A hora da virada O caldo começou a entornar por obra do Fed, o banco central americano. Ao publicar a decisão de dezembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) informou que indicadores recentes sugeriam que a atividade econômica do país ?desacelerou em relação ao ritmo forte registrado no terceiro trimestre?. Em outro trecho, o colegiado reafirmou que a inflação americana seguia elevada, mas reconheceu que os preços haviam diminuído no último ano, além de ganhos ?moderados? no emprego. O mercado financeiro entendeu que a hora de baixar juros estava próxima. Em janeiro, o tom foi bem mais cauteloso. O Fed disse que não considerava apropriado reduzir o intervalo de juros até que se tenha ?maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável para 2%?, a meta do país. Além da inflação resistente acima dos 3% na janela de 12 meses, o PIB americano trouxe surpresas neste primeiro trimestre. Em dados desta quinta-feira (28), o indicador registrou alta anualizada de 3,4% no quarto trimestre de 2023, acima do que se esperava no início do ano passado. O mercado de trabalho dos EUA segue forte. O desemprego chegou a subir para 3,9% em fevereiro, mas ainda está baixíssimo e com demonstrativo de alta de salários, o que gera mais pressão na inflação. Segundo Luís Stuhlberger, presidente da Verde Asset, parte do motivo para a economia dos Estados Unidos estar forte mesmo com o patamar elevado de juros é o forte aumento de gastos visto durante a pandemia. "A política monetária e fiscal dos Estados Unidos na Covid, a distribuição de dinheiro, não tem paralelo na história", afirmou o executivo durante evento promovido recentemente pela Hedge Investiments. "Sabia-se que já existia uma boa vcina em outubro e [os EUA] continuaram distribuindo dinheiro e com uma política extremamente agressiva por mais um ano, para só depois acordarem que tinham ido longe demais", completou. Ou seja: com atividade econômica forte e salários em alta, há dúvidas na cabeça do Fed se é possível baixar os juros sem botar em risco a inflação. Com isso, o mercado financeiro, que estimava uma queda dos juros no país em março, passou a apostar em maio e, hoje, já tem dúvidas sobre junho. Para Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, a atualização desse conjunto de informações torna natural que os EUA tenham destaque. Com juros altos em aplicações seguras ao mesmo tempo em que a economia mostra sinais fortes, há uma preferência de alocação de recursos por lá. ?Houve ganho até em termos do fluxo de investimento em bolsa, por hospedarem ali as principais empresas de tecnologia, que se beneficiam da Inteligência Artificial e que parecem ser o grande tema de investimentos do momento?, afirma. O ?tempero? de interferência Dado o contexto, é preciso voltar ao Brasil. Com um competidor desse tamanho, faz sentido que a bolsa brasileira saia perdendo. Além do fluxo de dólares estar naturalmente direcionado para fora, houve ganho relevante no final de 2023, que seria embolsado no começo de 2024. Entram em cena, então, as questões internas. Os debates sobre o cenário fiscal, por exemplo, continuam na mira dos investidores, que seguem atentos aos sinais do governo para saber quais os possíveis resultados do primeiro ano do arcabouço fiscal. Segundo Stuhlberger, houve uma piora do fiscal nos últimos anos, com um aumento dos gastos públicos e uma perda de arrecadação por parte do governo ? de acordo com o executivo, caso o Teto de Gastos ainda existisse, o país estaria R$ 300 bilhões acima do limite. "Mas, dito isso, a arrecadação está melhor, o PIB do ano passado surpreendeu para cima [...] e o PIB deste ano também vai surpreender para cima", afirmou Stuhlberger em evento. Além disso, a bolsa brasileira é bastante ligada a empresas produtoras de commodities, em momento que economias desenvolvidas calibram os juros para desacelerar a atividade com o mínimo de danos e a China passa por uma reavaliação completa de sua matriz econômica. Já seriam tempos desafiadores, até que entraram no jogo as intervenções do governo federal em duas empresas determinantes para o bom desempenho do Ibovespa: a Vale e a Petrobras. As duas companhias têm grande participação na carteira do Ibovespa. A Vale já sofria com uma queda dos preços de minérios no mercado internacional, que reduziriam sua lucratividade. Até que uma tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de emplacar aliados na sucessão da empresa fez a situação piorar. Segundo o blog da Ana Flor, Lula vinha se movimentando para levar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega ao comando da empresa. O gesto não foi bem recebido pelo mercado. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a dizer em entrevista que Lula ?nunca se disporia a fazer interferência direta? em uma empresa de capital aberto. Mas um conselheiro de administração da Vale, José Luciano Duarte Penido, renunciou ao cargo em março justamente por ?discordar? do processo de sucessão do atual presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo. Em carta endereçada ao presidente do Conselho de Administração, Daniel Stieler, Penido fala que o processo tem sido manipulado e que sofria ?evidente e nefasta? influência política. Em meio aos imbróglios e especulações, a Vale perdeu quase 18% de seu valor de mercado em 2024. Na Petrobras, o caso foi ainda mais direto. A empresa registrou seu segundo maior lucro histórico no ano passado, de R$ 124,6 bilhões. Na divulgação de seu balanço, em março, o mercado soube que a petroleira havia decidido pagar apenas o mínimo dos dividendos aos acionistas, sem os chamados ?dividendos extraordinários?. Em vez de ser distribuído, o lucro remanescente do exercício, que totalizava R$ 43,4 bilhões, foi integralmente destinado para a reserva de remuneração de capital, que, segundo a empresa, tem a finalidade assegurar recursos para remuneração de acionistas e recompras de ações. Segurar o dinheiro em caixa foi um pedido do governo, que deseja que a empresa acelere investimentos em vez de ser uma pagadora de dividendos. Quem tem os papéis da empresa, claro, não gostou. Petrobras: qual foi a surpresa do mercado para uma queda de 10% nas ações em um dia Em um dia, a Petrobras teve queda de 10% na bolsa, perdendo R$ 55 bilhões em valor de mercado. Como a empresa havia colhido uma valorização expressiva em 2023 e no início de 2024, o ganho das ações preferenciais neste ano está praticamente zerado. ?Foram vetores que aceleraram, que reforçaram essa saída de fluxo estrangeiro. Foi a somatória de componentes mais gerais, de realocação de capital com a mudança de expectativas lá fora, e um componente específico daqui, com as interferências?, afirma Daniel Cunha, da BGC Liquidez. Cunha diz ainda que é cedo para falar em uma saída estrutural de dinheiro do país. Afinal, a tendência é que, uma hora ou outra, o Fed passe a cortar os juros americanos, trazendo de volta a atenção de investidores para emergentes. E a avaliação passa também pelo patamar de juros brasileiros. Na última Ata do Copom, o BC informou nesta terça-feira (26) que diante das ?incertezas do cenário? sobre a inflação nos próximos meses, julgou apropriado ter ?maior flexibilidade? na política de juros e, por isso, evitou projetar um corte da taxa Selic em junho deste ano. A prévia da inflação de março, divulgada nesta semana pelo IBGE, mostra que a situação brasileira ainda não está pacificada. Na ocasião, a economista para Brasil do BNP Paribas, Laiz Carvalho, comentou que os serviços subjacentes ? indicador que todo o mercado está de olho por conta de seu peso para a decisão do BC ?, vieram com número um pouco mais alto que as expectativas (de 0,36% para 0,40%), apesar da desaceleração em relação a meses anteriores. ?Lentamente, mas está desacelerando. Isso corrobora nossa tese de que os serviços subjacentes devem voltar a um comportamento sazonal já no IPCA fechado de março e no IPCA-15 de abril?, afirmou. Sem juros em queda, o Ibovespa ainda pode ter mais a perder. Só com mais precisão de qual será a Selic no fim do ciclo de corte de juros é que se pode projetar o apetite do investidor para voltar à bolsa de valores ainda em 2024. *Colaborou Isabela Bolzani

Programação IEQ

09:00 Culto da Manha
Local: Templo
Obs:
15:00 Culto da Tarde
Local: Templo
Obs:
19:30 Culto de Libertação
Local:
Obs:
09:00 Culto da Manha
Local: Templo
Obs:
15:00 Culto da Tarde
Local: Templo
Obs:
19:30 Culto da Noite
Local: Templo
Obs:
REDE DE CASAIS
Local: QUARTO ANDAR
Obs: 19H30
09:00 Culto da Manha
Local: Templo
Obs:
15:00 Culto da Tarde
Local: Templo
Obs:
19:30 Culto da Noite
Local: Templo
Obs:
17:00 Culto da Tarde
Local: Templo
Obs:
08:00 Escola Dominical
Local: Templo
Obs:
09:00 Culto da Manha
Local: Templo
Obs:
17:00 Culto da Tarde
Local: Templo
Obs:
19:00 Culto da Noite
Local: Templo
Obs: